Sob o motivo de integrar a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o Novo Acordo Ortográfico tem, pelo contrário, dividido opiniões sobre sua efetividade, principalmente no que se refere ao seu emprego no Brasil. A polêmica gira em torno da real necessidade de unificação das grafias, uma vez que a fonética e a semântica seguirão distintas quando gramática for instaurada, em janeiro de 2013. Até lá, seguem valendo também as regras antigas, o que aumenta ainda mais a confusão.
Apesar da pequena quantia de vocábulos brasileiros alterados (cerca de 0,5%), muita coisa mudou por aqui, entre a supressão de hífens e a queda acentos, incluindo a extinção dos tremas. Observamos nesses casos o desrespeito pela etimologia das palavras, um distanciamento da oralidade e, sobretudo, uma ruptura no processo natural e dinâmico característico da construção dos idiomas.
Que diferença faz?
O Novo Acordo Ortográfico se aproxima mais de uma tentativa de mostrar serviço diplomático do que de uma resolução de melhoria para a população dos países envolvidos. Tentando apontar para a globalização num sentido extremo, e negativo, essa medida deixa de atentar para a exclusão presente e futura. Adaptar-se às novas regras não será fácil para quem estudou a acentuação de paroxítonas e muitas vezes duvidou de hífens. Assim, o Novo Acordo representa, ao invés de um passo à frente, possivelmente um retrocesso.
E se por um lado muita coisa muda e as palavras passam a ser escritas da mesma forma, algumas ainda terão sentidos diferentes em cada país. Ou seja, a coisa continua igual e a comunicação não será efetivamente facilitada. Na minha opinião, o Novo Acordo Ortográfico é mais um desalinho que um acerto. E continuarei a questioná-lo enquanto minhas idéias, com acento, forem acusadas pelo corretor do Word.